O meme como gênero ciborgue: uma análise pós-humanista da página História No Paint na rede social Facebook
Alan Victor Freitas de Andrade
Esta pesquisa objetiva apresentar discussões e análises sobre o gênero textual meme e como ele pode ser percebido a partir de uma perspectiva pós-humanista, embasada em reflexões instigadas por um quadro pós-qualitativo, com o intuito de analisar postagens da página História no Paint (2016) na rede social Facebook. A perspectiva pós-humanista, à qual me alinho, busca desconstruir a ideia do ser humano como ator central na produção semiótica, ao propor que todos os seres, humanos e não-humanos, contribuem com o processo de significação. A partir de olhares pós-qualitativos, busco questionar a estabilidade e o controle que metodologias humanistas estabelecem sobre a pesquisa. Especificamente, propus como objetivos: a) investigar o que o meme, em sua configuração rizomática, engloba em termos material-discursivos, a partir de uma leitura pós-humanista; e b) analisar como o meme, como gênero ciborgue, se (trans)forma e quais elementos o constituem. Após uma breve contextualização da sociedade pós-tipográfica e apontamentos sobre o Pós-humanismo, abordo o conceito de meme a partir de Dawkins (1976). Sequencialmente, reflito sobre o gênero com base em discussões da área da linguagem, de maneira que apresento questionamentos de concepções humanistas comumente usadas para definir o meme. Em um terceiro momento, discorro sobre como tal gênero se relaciona a perspectivas pós-humanistas. Assim, por meio desta pesquisa, sugiro uma compreensão do meme como gênero ciborgue, caracterizado pela sua dinamicidade e fluidez em seu processo de construção semiótico-material, bem como uma assemblage, na qual forma, enunciado e contexto são percebidos não como partes independentes e/ou pontos de partida, mas como elementos que se coconstituem de forma emaranhada. De modo geral, esta investigação trabalhou com uma concepção do meme como gênero ciborgue e seus aspectos material-discursivos. Considerar os objetos que interpelam discursos, a disposição dos elementos, as condições climáticas etc., isto é, a materialidade, é algo que torna a visão sobre o meme algo particular. Dessa maneira, o meme não é percebido apenas como uma criação humana, mas como algo que emerge a partir de todos os elementos que interpelam as pessoas e, com elas, produzem o meme.
సంవత్సరం:
2021
ప్రచురణకర్త:
Pós-Graduação em Letras (UEMS)
భాష:
portuguese
పేజీల సంఖ్య:
82
ఫైల్:
PDF, 1.71 MB
IPFS:
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portuguese, 2021